"Por natureza-própria não se entende algo substancial. Não se trata do último resíduo que fica depois de se eliminar tudo o que é relativo ou condicional da noção de ser individual. Não é o eu (self), nem a alma nem o espírito, como se costuma considerar. Não é algo que pertença a qualquer categoria do entendimento. Não pertence a este mundo de coisas relativas. Nem se trata da realidade suprema atribuída a Deus, Atman ou Brahma. Não se pode descreve-la ou defini-la de modo algum, mas sem ela não existiria o mundo que vemos e usamos no cotidiano.


A natureza-própria é a natureza de Buda: aquilo que constitui o estado de Buda. É o vazio absoluto.


Quando a natureza-própria em-si é reconhecida, essa compreensão leva imediatamente a pessoa ao grau de Buda."


A doutrina zen da não-mente - p.103, 107