"O fluxo mental continua sem cessar, como a corrente elétrica que continua existindo, apesar de a lâmpada estar queimada e de a luz não se manifestar. Mas, instalada uma nova lâmpada, outra vez a corrente elétrica se manifesta, acendendo-a. É este fluxo dinâmico mental que se chama carma, vontade, sede, desejo. Estas forças potentes, esta vontade de viver mantêm a continuidade da vida. De tal modo este fluxo contínuo de consciência continua sem fim, enquanto perdura o desejo.

A mente é o fator que ativa a vida, e os corpos físicos dos seres vivos são somente o resultado material de forças mentais anteriores que foram geradas em vidas passadas.

A força invisível gerada pela mente, quando ela é liberta do corpo e projetada para além da morte, agarra-se aos elementos do mundo material e deles, pelo processo natural de geração, molda uma nova forma de vida.

A energia mental produzida no passado, em combinação com o processo biológico, forma um novo ser sensível. Buda refuta categoricamente o falso ponto de vista que quer perpetuar o eu e eternizá-lo. Há apenas continuidade de carma."

Budismo: psicologia do autoconhecimento - p. 60-62